Existe
algo que me preocupa – e que causa certa dor de cabeça: relacionamentos, em
todos os níveis e de todos os tipos. A Bíblia chega afirma no livro de
Gênesis que não é bom que o homem esteja só. Eis uma verdade imutável: o homem
não foi criado para a solidão. Contudo, os níveis de solidão estão aumentando
gradativamente, e isto é alarmante. O que estamos enfrentando é impar, pois
nenhuma geração passada se deparou com tamanha taxa de depressões, suicídios e
divórcios. O mundo grita por socorro sem saber a causa. O que está havendo?
Gostaria
de me ater ao divórcio, pois ele se aplica a todos os outros, pois, um
deprimido e um suicida divorciaram-se de si mesmo – e principalmente de Deus.
Atualmente, 50% (cinquenta por cento) dos casamentos subsistem, enquanto que a
outra metade subsiste em média 15 (quinze) anos. Ficou muito fácil
divorciar-se, pois não é mais necessário um processo de divórcio, apenas uma homologação
está tudo “resolvido”. Com isso, o casamento tornou-se banal. Certa vez ouvi de
uma pessoa que considero muito, e que estava prestes a se casar: “se der certo,
ótimo, caso contrário, não vejo problema nenhum em me separar, afinal, não
preciso ficar presa a uma pessoa para o resto da vida.” Infelizmente, esta não
é uma voz solitária.
Infelizmente,
a banalização não está presente apenas no casamento, mas sim em todos os outros
tipos de relacionamento. No século passado, por exemplo, um casal de namorados
apenas andava de mãos dadas – quando muito, se beijavam -, guardando, assim, o
melhor para o casamento. Não existia o “ficar”, muito menos outros derivamos
menos “descompromissados.” Hoje duas pessoas transam sem saberem o nome uma da
outra, e isso não é um exagero. Com isso, não resta muita coisa para o
casamento, o que o torna, para muitos, “sem graça”, apenas um procedimento
padrão da sociedade – e que pode ser desfeito a qualquer momento.
Além
do casamento, relações interpessoais como a de pais e filhos, irmãos, amigos,
entre outras, estão de banalizando – e até se “virtualizando“ -onde o contato
pessoal transformou-se em casos raros, pois é muito mais fácil comunicar-se por
meios eletrônicos, prejudicando, assim, o contato físico e a expressão das
emoções, transformando os seres humanos em verdadeiros “robôs”“. Mas
o ponto onde quero chegar é muito mais sério: O nosso relacionamento com Deus.
Jesus
nos trata como a noiva d’Ele, vindo busca-la para as bodas. Entretanto, muitas
vezes, O tratamos apenas como um relacionamento casual, e não como um noivo,
sendo infiéis e adúlteros – perdoem-me a redundância.
Como
já foi dito, o padrão de relacionamento banalizou-se sobremodo nos últimos tempos,
e isso pode refletir diretamente em nossa relação com Cristo. Porém, não
podemos ter Jesus como um amante, um caso, algo superficial, pois não é isto
que Ele espera de nós.
O
que me assusta é que muitos Cristãos tem colocado Deus em segundo plano,
procurando-O apenas quando precisam de algo ou quando estão passando por alguma
necessidade, exatamente como fazem os amantes, encontram-se somente para
satisfazerem os seus desejos, e não pelo prazer da pura e simples companhia,
tampouco pelo que são de verdade.
Família,
trabalho, estudos, lazer, tudo isso tem sido a “primeira esposa” – ressaltando
que não há problema nenhum em ter tudo isso, desde que colocado em seus lugares
devidos – sobrando poucos minutos de nossas vidas para quem verdadeiramente importa,
e que nos ama pelo que somos, e não pelo que podemos oferecer.
Não
podemos inverter as prioridades e deixar o nosso “noivo” em último lugar, pois
Ele nunca faz isso conosco, pois somos a Sua prioridade. Caso contrário, Ele
não teria dado Sua vida por nós.
Não
poucas vezes queremos encontrar com Jesus, exigindo tudo d’Ele, que faça nossas
vontades e que mude nossa sorte imediatamente. Mas eu pergunto: O a intensidade
da busca corresponde ao que se pede?
A
Bíblia é clara quando diz: "E buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes com todo
o vosso coração.” Jr. 29:13
O
que Deus tem preparado será entregue àqueles que o buscarem de todo o coração.
Foi assim com Moisés, Davi, e tantos outros, e pode ser conosco também. Tudo o
que temos que fazer e tratá-lO como nosso noivo, sendo fieis a Ele até o fim, jamais
O trocando por coisas terrenas, carnais, corruptíveis e finitas.
Que
Deus tenha misericórdia de nós e que possamos, verdadeiramente, busca-lO de
todo o coração.